Você
já fez algum plágio musical?
Compor é uma tarefa bem complexa. O que pode parecer
simples para muitos, é um ato que exige muito de quem o faz.
Algumas músicas parecem “chegar completas”. O compositor
está, por exemplo, andando pela rua quando de repente... vem uma melodia e já
chega com letra e tudo o que é direito!
Se há um celular com opção de gravação, está resolvido.
Liga-se o equipamento ali mesmo, em plena rua, e o autor começa a cantar a “jovem”
composição que “nasce”, às vezes com muita rapidez.
Em alguns casos, o trabalho é mais lento. Vem uma frase
musical. Trabalha-se nesta frase e na sequência vem mais uma frase e, assim por
diante.
Lembrando que estamos falando de música popular, uma
composição é finalizada depois de dias, semanas, meses e ainda, mais raramente,
em anos.
Bem, a composição está pronta. E aí? Ela é exatamente uma
criação sua?
Nem sempre. Algumas músicas são feitas e depois de algum
tempo o compositor descobre que realizou na verdade, um plágio que, é bom que
se diga, não é caracterizado pelos “tais” oito compassos, “tese” popularmente
dita por aí.
Para se considerar uma música como plágio é necessário um
trabalho técnico de um profissional que consiga fazer uma avaliação muito
detalhada para que a decisão em um tribunal possa definir uma música como
plágio ou não.
E então? Como descobrir se a música que foi feita é ou não
é um plágio?
Uma tarefa difícil para o compositor que a criou e, é
claro, quer ter a certeza que não “inventou” algo que “já foi inventado”.
Um caminho é mostrar para amigos próximos, pois às vezes, é
possível que uma outra pessoa que não seja o próprio compositor consiga
identificar o tal plágio.
Outra alternativa é tocar a melodia com um instrumento
musical. A exclusão da letra pode ajudar no sentido de se ter uma referência
com outra melodia já composta.
É importante também que, após a composição ser feita, o
autor tenha um tempo de reflexão para que consiga notar se acabou se
referenciando por outra melodia para compor a sua música.
Em se tratando da letra da música, fica um pouco mais fácil
tentar esta verificação se aconteceu um plágio ou não.
Certa vez, em um concurso, consegui identificar que uma
poesia era simplesmente uma “cópia literal” de outra, ao inserir os seus versos
na procura, pela internet. A poesia foi desclassificada, quase que tardiamente,
mas como diz o velho ditado: “Antes tarde do que nunca”.
Com todas estas minhas frases, você ficou preocupado com o
fato de que alguma de suas músicas possa ser um plágio?
Por favor, não entre em pânico por que se ficarmos tão “cismados”
com esta questão do plágio, acabaremos por desistir de nossas carreiras como
compositores, não é mesmo?
Crie. Não se limite jamais. Deixe a sua imaginação
percorrer as notas musicais, as palavras e as frases e componha.
Faça músicas quando elas “vierem” para você, mas também é
bom que se disponha a compor, independentemente da ideia “vir” sabe-se lá de
onde.
Compor é arte, mas também é exercício. Quanto mais se
compõe, melhor se faz.
Se você se flagrar compondo algo que já foi feito,
paciência.
Aquela música pode ser deixada de lado pelos óbvios
motivos, mas a sua vontade de compor nunca deve morrer.
Desejo para você muitas e maravilhosas composições!
Um forte abraço!
Maestro
Sergio Valério