O QUE É SER UM
COMPOSITOR?
Compor uma música. Criar uma letra. É uma tarefa simples ou
complicada?
Depende muito do momento e, é claro, do nosso estado de
espírito.
Existem compositores que necessitam viver um momento de
intenso sofrimento para conseguir criar.
Outros, precisam estar felizes.
Alguns esperam que a chamada inspiração venha de algum
lugar, do seu inconsciente, de algo extraterreno ou ainda de alguma coisa que
apareça em sua frente, um alguém ou alguma coisa.
O fato é que compor é um ato particular de cada um que o
pratica.
Não existe um “jeito” único de compor.
Talvez aí esteja o grande mistério de uma composição.
Existem algumas chamadas “fórmulas” musicais como, por
exemplo, a música com a primeira parte, a segunda parte e um refrão.
Outras composições se dão à liberdade de percorrer frases
musicais sem, aparentemente, ligação entre elas.
Algumas preferem ser as mais parecidas possíveis com
composições já existentes, sem serem, necessariamente os chamados “plágios”.
(Inclusive já abordei este tema de plágios em nossa web revista www.jornalanimal.com.br) Estas composições
seriam as que tentam utilizar fórmulas musicais que já obtiveram o chamado
“sucesso”, para tentar também obter o mesmo sucesso.
O fato é que compor é um ato de extrema doação do
compositor. Ele precisa se entregar “de corpo e alma” ao que está fazendo e
isso provoca em muitos casos, um incrível desgaste físico e mental. Depois da
composição pronta, o seu autor se sente quase que sem forças físicas até.
Quando alguém compõe, pratica um ato de paixão com a sua
obra. Ele a procura em sua mente e tentar fazer com que desta busca, surja uma
nova vida.
Uma composição é, com certeza, um novo ser que poderá
permanecer escondido de todos, se o seu autor, não mostrar a sua obra ao mundo.
Quem cria, tem o dever de tentar fazer com que a sua criação
se torne pública.
Nada mais sem razão de ser do que criar e guardar.
Quando você for compor a sua música, escrever a sua letra,
não deve também ter em mente tornar a sua obra um “sucesso”. Isso não fará bem
para você e nem para a sua obra.
Composições que nascem apenas do desejo de que sejam
sucessos, não possuem um bom DNA. Podem até se tornar uma grande fonte de renda
pelo talento criativo do seu compositor, porém no fundo, esta composição, será
fria, gelada, sem alma.
Por outro lado, uma composição que consiga ser criada pelo
simples e puro prazer de criar terá o encanto de uma criança que nasce para
fazer parte da vida de uma família.
Não guarde suas ideias nunca. Componha. Deixe sua imaginação
percorrer as notas musicais, busque soluções de frases musicais que agradem o
seu ouvido.
O mundo precisa de autores ousados que não se sintam
“enquadrados” pelas regras musicais rígidas.
As composições que você fizer farão bem para você e para o
mundo.
E depois de criar? Mostre-as. Leve-as onde as pessoas
estiverem. Quanto mais pessoas, melhor.
Solte-se em sua veia poética e musical e depois leve-as para
o mundo conhecê-las.
Aliás, se Deus “criou” o Universo, quer exemplo melhor para
seguir?
Um forte abraço!
Maestro Sergio Valério