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Fala, Maestro! > Parte 3
THE VOICE KIDS – A MISSÃO
 
É sempre muito bom ver e ouvir jovens talentos se apresentando.
Perceber que a nossa música brasileira sempre terá grandes intérpretes nos oferece uma boa sensação de preservação da arte de cantar.
Um programa de televisão que abra esta porta sempre é bem-vindo.
A missão de um jurado ou jurada de que captar a essência da voz e poder dizer “sim ou não”, virando ou não a cadeira para uma criança que canta, não é nada fácil.
Além do conhecimento musical necessário é preciso ter a sensibilidade de “entender” uma interpretação para poder “avaliá-la”.
Apresentar o programa, sabendo exatamente o “tom” para dizer o que é preciso dizer, na hora certa, é outra difícil missão.
O cuidado na escolha da música certa, que poderá fazer a apresentação ter o seu êxito facilitado ou dificultado, também é ponto importante.
Existem músicas que são lindas, mas que ficam limitadas a uma pequena região musical, não proporcionando ao intérprete “mostrar” adequadamente a sua voz.
Outras melodias, por repetirem várias vezes desenhos musicais muito parecidos, se tornam monótonas e desperdiçam os minutos dedicados ao intérprete, prejudicando a sua atuação.
Um outro detalhe é a afinidade ou não do intérprete com aquela música. Para explicar melhor, eu diria que existem pessoas que possuem afinidade entre si e se entenderão melhor, certo? É a mesma coisa com uma música e um intérprete.
Dois ou três cantores ou cantoras, cantando uma determinada música em um único tom, pode proporcionar facilidade para um e dificuldade para outro, tendo em vista que as regiões onde cada uma das vozes percorrerá a melodia não necessariamente são igualmente adequadas para estes dois ou três cantores (as).
Falemos agora dos cantores e cantoras quando de suas apresentações.
Quando uma cadeira é virada, normalmente a ansiedade diminui e, é claro, o inverso acontece quando a cadeira demora para ser virada. O intérprete precisa desenvolver um grande equilíbrio para se manter tranquilo (a) para prosseguir em um mesmo nível a sua atuação.
Saber que seremos julgados não é fácil. Um intérprete precisa se preparar emocionalmente para esta tarefa digna de Hércules. E olha que estamos falando de... crianças.
Lidar com a ansiedade que provavelmente dominará toda a família, é coisa de “gente grande”. Um pai e uma mãe, às vezes, colocam uma carga tão grande em seus filhos quando estes vão realizar alguma atividade que envolve julgamento. Até em uma prova de escola, por exemplo. Imagine você, então, em uma apresentação na televisão para o país inteiro. Pais precisam de um enorme equilíbrio para não entrar em “parafuso” e colocar seus filhos na mesma situação.
Acompanhando os meus comentários, você já percebeu que o programa The Voice Kids é uma grande missão para uma criança que canta, bem como para toda a produção e equipe que atua nesta atração da TV brasileira.
Por isso, o programa precisa ser visto por nós com o máximo cuidado para que não nos tornemos ainda mais críticos com tudo o que vamos assistir.
O que precisamos fazer é “torcer” para que nenhuma criança se frustre com uma eventual “não vitória”.
Que quando uma cadeira não virar, esta criança veja o ato como mais um desafio a ser vencido em sua vida. Se seria adequado ou não a criança “descobrir”, nesta fase de sua vida, que a vida “também é” uma enorme competição, eu não saberia dizer. Eu teria que deixar essa análise para especialistas da área da educação e da psicologia.
Vamos então, assistir o programa, “torcendo” para que pais não sobrecarreguem seus filhos com a missão de “ter que ganhar” e que, realmente, o programa não seja uma batalha e sim apenas uma “brincadeira” de cantar, daquelas que todos nós fizemos alguma vez em nossas vidas.
Desejo, de coração e alma, que todos se sintam contemplados com a alegria de cantar neste domingo e em todos os demais dias em que o programa acontecer.
Fico também “na torcida” para que um diretor invente também um programa onde crianças possam se apresentar simplesmente, cantando por cantar.
O programa poderia não ter uma grande audiência? Quem sabe?
Para este programa, eu daria a sugestão de que todas as cadeiras do mundo pudessem se virar para todas as crianças, independentemente de serem afinadas ou não.
Afinal de contas, acho que se a Música pudesse falar, ela diria:
- Quero que me cantem. Não preciso ser o motivo de “notas”, a não ser que estas sejam as notas musicais. Só isso é o que me importa.

Um forte abraço!

Maestro Sergio Valério






 
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