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Fala, Maestro! > Parte 3
O SONHO DE SER CANTOR

Para você que sonha ser um(a) cantor(a) e gravar um CD ou DVD, quero contar uma história. Vamos lá?

O meu objetivo era gravar um disco.
Exatamente pensando nisso é que coloquei minhas roupas em uma pequena mala e vim para São Paulo.
A Faculdade de Música foi a primeira etapa na capital paulista.
Depois de 6 anos a tarefa continuava intensa na busca de ser contratado por uma gravadora.
Foram muitas “fitas cassetes” gravadas e levadas para os diretores artísticos que, quando me atendiam, dias depois gentilmente diziam o famoso “não”.
Por um destes caminhos artísticos que eu perseguia, fiz um teste na TV Tupi e fui contratado como ator para atuar na novela “A Revolta dos Anjos”.
Eva Wilma, John Herbert, Carlos Zara, Antonio Fagundes, entre tantos outros famosos, eu via atuando, enquanto aguardava meus pequenos momentos de ação como ator.
Foi quando conheci Ubiratan, um ator que também atuava nesta novela. Falei dos meus sonhos com a Música e ele me apresentou Carlos Ribeiro que, por sua vez, me encaminhou para o produtor musical Alfredo Borba.
Ele, que era também um famoso apresentador de programas de televisão e rádio, me recebeu na Rua Correia Dia, no bairro do Paraíso.
Eu me lembro exatamente o que eu usava. Um terno quadriculado em um tom roxo. Como você pode imaginar, a “elegância” em pessoa e se eu quisesse fazer um comentário do jeito que se faz hoje eu deveria colocar depois da frase um “rs”, com certeza...
Violão em punho em um estojo pesadíssimo, tirei o violão Giannini que havia recebido como presente do meu pai Sebastião Pinto e, à pedido de Alfredo Borba, toquei a primeira música, “Escritório do 6º andar”, um samba com jeito de bossa-nova.
Acabei de cantar e o produtor musical foi me pedindo para cantar mais outras músicas.
Se é que me lembro corretamente foram 17 músicas que cantei.
A última, por incrível que pareça, eu não me liguei que o nome do personagem da música, que era um burro, tinha exatamente o nome de “Alfredo”, o nome do produtor musical para quem eu estava mostrando as minhas músicas.
Comecei a cantar a letra que dizia:
“Era uma vez um burro chamado Alfredo que vivia na fazenda do “seu” Emiliano”.
Bem, após a música, Alfredo Borba me convidou para ir até a sala da Diretoria da Copacabana (a gravadora que tinha, na época, artistas como Elizeth Cardoso e Benito de Paula, entre os seus contratados).
Alfredo Borba me apresentou para os irmãos Vitale, donos da gravadora.
Em questão de minutos o documento foi “datilografado” e eu assinei o meu primeiro contrato como cantor.
A sensação era de que eu estava vivendo um grande sonho que, a qualquer momento, poderia acordar.
Graças a Deus, não era só um sonho e não precisei acordar, pois acordado assim já estava.
Para completar o dia, ao chegar ao meu apartamento na Rua Dr. Vieira de Carvalho, encontrei um bilhete por baixo da porta.
Era da Continental, também uma grande gravadora da época. O bilhete dizia:
- Seu trabalho musical foi aprovado. Procure-nos para assinar um contrato.
Na verdade, eu já havia assinado um contrato de exclusividade com a Copacabana.
Contei esta minha história com a intenção de passar para você, que lê, esta experiência maravilhosa que é acreditar em um sonho e tentar realizá-lo.
Eu continuei acreditando e depois deste meu primeiro sonho de ser contratado por uma gravadora, consegui repetir a proeza por mais 6 vezes, completando então as 7 gravadoras com as quais assinei contratos artísticos (Philips, Comep, Fermata, RCA Victor, Brasidisc e Lupsom).
A intenção de contar esta história é mostrar a importância de se acreditar no que se quer conseguir.
E o sucesso? É claro que é importante, mas o mais importante é buscá-lo.
Conquistar o “tal” sucesso, ser reconhecido não é nossa obrigação. Se acontecer, é bom e se não acontecer, também não será o mais importante.
O que vale a pena é o seu sonho.
Acredite. Lute por ele.

Um forte abraço!

Maestro Sergio Valério
Capa do primeiro LP de Sergio Valério, lançado pela Copacabana, no selo Underground, com produção musical de Alfredo Borba.
 
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