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Fala, Maestro! > Parte 2
 
O que aconteceu com a Música Brasileira?

 
Para não ir muito além em nossa conversa sobre a história da música brasileira, vamos nos concentrar no Brasil dos Anos 60, quando os compositores faziam músicas dos mais diferentes gêneros musicais.
 
Na época, eram comuns as revistas que traziam apenas letras de músicas, indicando os cantores que as interpretavam, sendo que algumas revistas também faziam, corretamente, referência aos autores das músicas.
 
O interessante é que estas revistas retratavam o quadro musical da época, onde conviviam no cenário musical o samba, a bossa-nova, o bolero, a valsa, o rock, o baião, enfim uma infinidade de gêneros musicais.
 
Nas emissoras de rádio e televisão também este “mix” de gêneros estava presente e era possível se ouvir em uma mesma emissora Cauby Peixoto, Tony Campello, Angela Maria, Celly Campelo, Roberto Carlos, João Gilberto, Luiz Gonzaga, Orlando Silva, Wanderléa, Dalva de Oliveira e Erasmo Carlos, entre tantos astros da nossa música.
 
É claro que já existiam algumas emissoras de rádio que iniciavam o processo de segmentação, tendo um público alvo mais específico, mas o fato é que havia uma convivência maior entre estilos e gêneros musicais que faziam a nossa música ter uma gama de “cores” mais ampla.
 
Bem, o tempo foi passando... Vamos dar um salto até os dias de hoje.
 
A segmentação das emissoras de rádio chamadas “musicais” está cada vez mais forte e cada uma delas se destina a atender um público cada vez mais específico, porém se observarmos todas estas emissoras, temos um quadro bem restrito de gêneros musicais.
 
A internet veio e com ela as tais revistas com letras foram sendo substituídas por sites que apresentam as letras das músicas e algumas até trazem as cifras, o que possibilita que quem as queira cantar, também possa utilizar as cifras para se acompanhar, por exemplo, ao violão.
 
Mas, o que eu quero ressaltar neste bate-papo sobre a música brasileira, é que o quadro atual neste início de 2016 se mostra infinitamente reduzido em gêneros musicais, contemplando apenas alguns poucos ritmos e tornando a nossa música brasileira, tão rica, muito limitada a alguns poucos “estilos” de compor.
 
É claro que se mergulharmos na internet, por exemplo, no youtube, será possível encontrar um quadro mais amplo, porém ainda é pouco para o que deveria ser oferecido ao público brasileiro que gosta de música.
 
Qual seria o caminho para ampliarmos este “leque”, oferecendo mais gêneros musicais?
 
Talvez o retorno dos festivais de música popular pudesse ser uma alternativa, mas parece que as emissoras de televisão não estão propensas a retomar estes caminhos.
 
Seria muito bom se pudéssemos ouvir novos compositores com a força e versatilidade musical que sempre foi uma característica deste nosso país.
 
O Brasil, que um dia foi tão amplo em seus braços musicais, tem se tornado um enorme gigante que, deitado em berço esplêndido, canta para os seus habitantes gêneros musicais que, mesmo que alguns possam ser considerados oferecendo música de boa qualidade, são muito poucos diante da amplitude que já tivemos.
 
Tínhamos todas as “cores” musicais como nos turbantes de Carmem Miranda.
 
Hoje temos apenas algumas “cores” e, cá entre nós, nem todas com o brilho que poderíamos ter.
 
O que fazer? Ficam as minhas sugestões para você que gosta de ouvir música:
 
Procure ouvir músicas de diferentes gêneros musicais. Acredito que você deva ter as suas preferências musicais, mas é sempre bom conhecer outros estilos musicais, até como novas referências em relação ao que você gosta de ouvir.
 
E para você, compositor(a), fica a minha proposta:
 
Invente, ou melhor, reinvente-se. Não aceite apenas viver uma monogamia musical.
 
Mergulhe na internet. Pesquise. Busque novos caminhos.
 
Outra coisa, não acho que seja bom buscar uma única “fórmula” de composição musical.
 
Ouse. Você pode ser um fator importante para ampliar a Música Popular Brasileira.
 
Basta acreditar e, principalmente, tentar.
 
Conto com a sua coragem e criatividade.

 
Um forte abraço!

 
Maestro Sergio Valério
 
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