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Fala, Maestro! > Parte 2
 
O Músico de Baile

 
Ser músico de baile é uma profissão “quase” que em extinção, o que é uma pena.
 
Os bailes sempre foram espaços muito importantes na carreira dos músicos que, em orquestras, conjuntos musicais ou as chamadas “bandas de baile”, atuavam com muita frequência.
 
Se formos nos ater apenas ao Brasil, estudos apontam que por volta do ano de 1789 as danças de salão chegaram por aqui e, é claro, havia a necessidade de músicos para proporcionar aos “dançarinos” o ato de “dançar”.
 
Começou então o ciclo dos “bailes” que, se inicialmente não eram assim chamados, entre os anos 50 e 60 se tornaram definitivamente o ponto de encontro dos rapazes e moças que buscavam nesta prática o espaço para os seus encontros.
 
E no palco quem estava? O músico.
 
Algumas orquestras atuavam com a obrigatoriedade desses músicos conhecerem profundamente a música, executando arranjos musicais escritos em partituras que eram, às vezes, executadas sem nenhum ensaio prévio.
 
Imagine. O músico contratado para atuar naquela orquestra no baile não havia realizado nenhum ensaio anterior. Simplesmente chegava com o seu instrumento, afinava-o e ao sinal do maestro da orquestra, começava a tocar a sua partitura.
 
Todos os músicos faziam a mesma coisa e o maravilhoso som da orquestra tomava conta dos salões de forma irresistível.
 
Incrível, não?
 
É claro que alguns dos músicos já conheciam os arranjos, já haviam tocado juntos, mas a inserção de apenas um músico que não havia participado da orquestra e que se “encaixava” totalmente ao “conjunto de sons” executados, era de uma magia muito especial.
 
Isto significava que o músico precisava ser muito competente, mesmo! Não dava para ser “meio músico”, tinha que ser um músico completo, com total domínio do seu instrumento e da técnica da leitura musical, além de ter uma grande percepção quanto à condução do maestro.
 
Haviam conjuntos musicais que, ao contrário das orquestras, realizam muitos ensaios para que pudessem, aí sim, realizar as suas apresentações em bailes.
 
Alguns destes músicos sabiam teoria musical, mas outros não tinham este domínio e era o que se chama “tocar de ouvido”, ou seja, tocavam pela sua aptidão e prática.
 
Mesmo nestes casos onde não havia total conhecimento de teoria musical, o resultado na maioria das vezes, era muito bom.
 
Na época da chamada “jovem guarda”, que nasceu a partir dos Beatles, conjuntos musicais se multiplicaram e tivemos excelentes grupos que encantaram os jovens dos anos 60.
 
Eram também os músicos dos bailes.
 
Na época da chamada “discoteca”, a chamada música mecânica executada pelo que foi chamado na época de disc jockey, que escolhia músicas e as executava através de equipamentos como “toca-discos”, tomou conta dos espaços onde aconteciam os bailes.
 
Foi o primeiro momento onde o músico de baile sentiu a perda de espaço para atuar.
 
Lembramos que a função de disc jockey teve sequência e existe até hoje, com a sua atividade tendo sido identificada como um DJ.
 
De lá para cá, a atuação do músico de baile foi ficando cada vez mais limitada e, hoje em dia, acontece quase sempre nos chamados bailes de “terceira idade”.
 
Dizem que no Planeta Terra nada é irreversível e as “modas” sempre retornam, tanto nas roupas quanto nos costumes.
 
Fica o desejo de que os bailes um dia possam retornar para que, não somente proporcionem momentos especiais para quem os frequentarem como casais dançando de rosto colado canções românticas, como para os músicos que possam vivenciar os mágicos momentos de “tocar” para pessoas dançarem.
 
Além de ganharem conhecimento prático na música, os bailes proporcionavam aos músicos um bom campo de trabalho.
 
E você? Um dia já tocou em um baile? Já dançou ao som de uma orquestra ou de um bom conjunto musical?
 
Se fez tudo isso, com certeza, é um privilegiado. A vida já ofereceu para você grandes momentos.
 

Maestro Sergio Valério
 
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